Título: “É permitido tocar” Instalação Artística com caracter performativo Materiais: Casca de ovos “É permitido tocar” é uma instalação artística efémera com duração de apenas um dia e de um carácter interativo. É uma instalação nunca antes apresentada. Pensada e construída a partir do questionamento da relação complexa e complicada que existe atualmente entre o público e a Arte, esta instalação pretende provocar um diálogo entre as duas partes desta relação, pretendendo criar novas possibilidades e colocando em causa as velhas dinâmicas. A relação contemporânea do Público com o Arte é uma de apenas contemplação, onde a obra de Arte é colocada num patamar sagrado e a sua contemplação no museu adquire um caracter religioso. Em vez de uma colaboração e diálogo, é mais uma relação de poder onde a Arte exerce a sua autoridade. A expressão inglesa “Walking on eggshells” resume muito bem esta relação atual pois é utilizada para descrever o constrangimento existente numa relação quando uma das partes é extremamente auto-consciente de modo a não magoar ou ofender o outro. Esta é uma dinâmica que vai para além da relação entre a Arte e o Público, para fazer parte de todas as relações interpessoais humanas, especialmente nos temos atuais pandémicos onde toda a população se sentia extremamente auto-consciente da proximidade ou afastamento do outro. Assim, esta instalação tem como intuito, colocar e provocar questões sobre estas dinâmicas. As cascas de ovos, recolhidas ao longo de meses, serão colocadas no chão cobrindo-o por inteiro e manterão a sua cor original pois cria um diálogo poderoso com o corpo humano. No dia da abertura, os visitantes serão simplesmente conduzidos à porta da sala e a Artista será a primeira a entrar na sala de maneira a dar o primeiro passo para o seu interior, quebrando as primeiras cascas. Este será o primeiro passo simbólico na direção da mudança. Ao final do dia, quando o espaço estiver para fechar, os restos dos ovos serão recolhidos pela Artista num momento performativo. Estes restos serão então posteriormente colocados, ou no jardim do local se este existir, ou no jardim privado da artista, pois irão servir como adubo para a terra, simbolicamente representando o nascimento de uma nova relação depois da destruição da antiga Esta instalação será um símbolo para a nova e desejada relação entre a Arte e o seu público, servindo como adubo para o futuro.
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