Obscuro Desterritório da Alma Série fotográfica de 13 autorretratos, apresentadas em 3 sequencias de 4 fotografias e uma solo, distribuídas com os títulos: Eu mundana; Mundo nômade; Somas de extratos que não são opostos; e Absurda, não robusta. Sinto que não há alma profunda, estou afundada na própria pele, imersa na superfície do mundo com tudo que cabe nele. Pele vezes aquosa, vezes ressecada, como a superfície da terra, deslizando entre terremotos, caos, pandemia, queimadas pantanais, tsunamis maremotos. O mundo é um bárbaro, homem, violento, estado opressor, capitalismo e selvageria. A alma mórbida é minha dor de planeta. O restante é a arte, invento em sombras texto absurdo. Imagens que se produzem num campo que é pura imanência, deixo-me ir, quase eufórica, quase morta. A experiência do autorretrato em cenários que remontem a microdimensão dos meus sonhos pode ser catártica, ou lentamente dolorida,contudo, honesta, certamente. Trabalhar com a noção de território no lugar de identidade, é um escolha estética e política também, Deleuze e Guatarri (1997), falam do território como espaço subjetivo vivido, onde o sujeito está seguro; já o movimento de desterritorialização,trata dos fluxos e linhas de fuga que promovem o desacomodo do bem estabelecido nas instituições sociais, aquilo que produz fissura, e inicia o processo de engendramento de novas formas, um devir. Por tanto, achei pertinente falar de mim, intimamente, como aquilo que mais conheço por meio do autorretrato como desterritório, que é subjetivo, mas não individual, que pode ser absurdo mas não robusto, já que sua forma é fluida e atravessada por múltiplas linhas que forjam um corpo político e sentimental de mulher. Dos sonhos e do inconsciente uso referências psicanalíticas e pós, mas também uso as cores, a atmosfera e o non sense. Referências DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Felix. Mil Platôs: Vol. 05. São Paulo: Editora 34, 1997. VALÉRY,
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