Analógico (outubro/2020) 12 colagens de papel fotográfico brilhante sob sulfite milimetrado A4 e croquis de nanquim sob sulfite milimetrado A4 Fotos tiradas com Kodak descartável em setembro/2020 selecionado para Out of Canvas International Art Fair (The Line Gallery, Londres, abril-maio/2021) Analogia é a junção de duas palavras gregas: ana, referente à proporção, e logos, termo frequentemente traduzido por “estudo”. Reconhecer dois objetos como análogos é identificar, entre eles, uma semelhança: a mesma proporção. Por exemplo, o relógio digital nos mostra dígitos explícitos. O relógio analógico, por sua vez, nos permite ver as horas por ser análogo a um círculo. Apesar de usarmos cada vez mais a tecnologias digitais, é estranho pensar no tempo em dígitos (raramente nos lembramos de algum horário específico). Nossa memória é analógica: nos lembramos de um momento e, por meio de proporções bastante subjetivas, o encaixamos em um tempo igualmente particular. Um mês pode passar em questão de anos ou segundos dependendo de quem o interpreta. 2020 não pareceu funcionar no mesmo ritmo de 2019. Depois de março o ano parou. Consequentemente, parei também. Deixei de sair por São Paulo e, de repente, os lugares aonde ia tornaram-se vazios. Passar por eles me faz lembrar de inúmeros momentos em um espaço que só consigo organizar por meio de analogias. Para este trabalho, fotografei pontos por onde passava todos os dias. Depois de quase 10 meses, foi a primeira vez que passei por eles a pé. Para mim, São Paulo se desenha por eles.
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